RODRIGUEZ - COLD FACT (1970)
Sixto Diaz Rodriguez (também conhecido como Rodriguez ou Jesus Rodriguez) é um músico de folk estadunidense nascido em Detroit, Michigan, em 10 de julho de 1942. Ele foi batizado como Sixto porque foi a sexta criança de sua família. Os pais de Rodriguez eram imigrantes de classe média do México, que deixaram seu país de origem em 1920. Em muitas de suas canções, ele adota uma postura política diante das crueldades que assolam os pobres dos subúrbios. Em 1967 (sob o pseudônimo Rod Riguez) ele lançou o single "I'll Slip Away" pelo pequeno selo Impact. Depois disso, ele não produziu mais nada nos três anos seguintes até assinar contrato com a Sussex, uma subsidiária da gravadora Buddah. Depois de se mudar para a Sussex, ele mudou o seu nome artístico para Rodriguez, simplesmente. Rodriguez gravou dois álbuns pela Sussex, Cold Fact, em 1970, e Coming To Reality, em 1971. Mas depois de baixos níveis de vendas, ele saiu da gravadora, que acabou fechando as portas em 1975.
Este é mais um daqueles clássicos perdidos dos anos 60, uma obra-prima psicodélica encharcada de cores distorcidas e inspirada pela vida, pelo amor, pela pobreza, pela rebeldia e, claro, roqueiros, coca-cola e maconha. O álbum em questão é Cold Fact, e o que é mais intrigante é que o seu realizador, uma figura obscura chamada Rodriguez ficou, por muitos anos, perdido também. Nos anos 90 descobriram que ele estava trabalhando em uma construtora de Detroit, desconhecendo que o seu álbum se tornou não só um cultuado clássico, mas, para as pessoas da África do Sul, uma tocha para uma revolução. Seu material de extraordinária qualidade, versando sobre assuntos como drogas malhadas, amores perdidos, e letras sobre a vida nas cidades no final dos anos 60 nos Estados Unidos. "Gun sales are soaring/Housewives find life boring/Divorce the only answer/Smoking causes cancer" profere a dylanesca "Establishment Blues". Mas o álbum naufragou sem deixar um traço, graças, em parte, a alguns dos mais idiossincráticos comportamentos de Rodriguez, como se apresentar de costas para o público o tempo todo em vários shows. Conforme a sua carreira musical se tornava apenas uma lembrança, a lenda de Rodriguez crescia do outro lado do mundo. Na África do Sul e, em menor extensão, na Rodésia, na Austrália e na Nova Zelândia, o álbum Cold Fact se tornava um sucesso de propaganda boca à boca, particularmente entre jovens das Forças Armadas sul-africanas, que se identificavam com a sua faceta contracultural. Mas Rodriguez permanece um enigma, pois nem a gravadora sabe onde encontrá-lo e o seu sumiço se tornou objeto de debates e de conjeturas. Alguns rumores rezam que ele teria morrido de uma overdose de heroína ou teria morrido carbonizado durante uma apresentação musical. Mas a maré começou a mudar em 1996, quando o jornalista Craig Bartholemew pôs um fim ao mistério. Depois de muitas procuras frustradas, ele encontrou Rodriguez vivo e com saúde, livre e gozando de perfeita sanidade mental, vivendo em Detroit, colocando um ponto final a todas as especulações acerca do seu paradeiro.Rodriguez não tinha a menor ideia acerca da sua fama na África do Sul (o álbum recebeu múltiplos discos de platina por lá e Rodriguez não ganhou muita coisa em matéria de royalties), e, assim, ele embracou para uma mais do que bem-sucedida turnê na África do Sul, lotando todos os locais por onde se apresentava através do país. Rodriguez permaneceu amplamente desconhecido no Hemisfério Norte até o ano de 2002, quando "Sugar Man", a faixa alienigenamente maravilhosa do álbum, foi resgatada por David Holmes. O DJ descobriu o álbum em uma loja de Nova Iorque, e incluiu a canção em sua coletânea Come Get It, I Got It.
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